Quero meu pai
Era manhã de um dia comum, no trabalho o celular vibra no bolso chamando minha atenção, um arquivo de áudio me é enviado pelo número da minha esposa, é minha filha, Rebeca de 02 anos, dizendo que me amava e estava com saudade (abaixo), sou grato e feliz pois isso não é algo incomum, não sei se faço por merecer, mas sempre ouço minha filha dizendo que me ama e está com saudades, talvez ela nem entenda a importância que isso causa no meu dia.
Mas dessa vez ela me falara algo diferente, quando depois de admitir minha falta ela me pede: “Você pode voltar por favor?”. Essas palavras lindas movem o coração de qualquer pai, mas meu sentimento era mais do que orgulho coruja, ela me causou uma imensa reflexão ao relacionar amor, saudade com um sincero pedido de volta.
Não são raras as vezes que minha filha me ajuda a entender melhor meu relacionamento com Deus. Olhando pra ela eu consigo me enxergar como um filho ainda infante diante de Deus, com os mesmo pedidos de menino, com as mesmas dúvidas de criança. Em minhas orações costumo dizer que amo ao Senhor, que desejo sua presença, mas hoje, depois de ouvir esse áudio, me questionei se, de fato eu anseio a sua volta.
Estendo à você essa questão: Temos ansiado a volta de Jesus como uma noiva apaixonada? Ou apenas queremos sua resposta imediata ouvida de longe? E pergunto mais: Por qual motivo queremos a Sua vinda? Pelo fim do sofrimento ou pelo anseio de vê-lo em sua plenitude?
Filosofias à parte, desconfio que nossa principal expectativa em ir para o céu, não é a presença constante daquele que amamos a vida toda. Talvez ao se questionado sobre os benefícios da salvação, sua resposta inclua: ruas de ouro, ausência da dor e uma nova identidade. Menos o principal: Deus! Apenas o fato de sua presença.
“Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (2 Timóteo 4:8)
Esse escrito de Paulo à seu filhos na fé Timóteo é um dos meus textos preferidos do novo testamento, pois são as últimas palavras de um profeta que “combateu o bom combate” e acima de tudo ansiou pela vinda do Senhor. O texto fala a respeito de uma compensação para aqueles filhos que “amam a vinda” de Cristo. Aqueles que vivem uma vida pautada em um único encontro, em um encontro eterno, com aquele que é eterno.
Talvez a vinda de Jesus seja um problema pra você, amigo do mundo (Tiago 4:4), que está intensamente focado no efêmero e fugaz, e que não se sente preparado para esse momento, pois ama mais sua a sua vida e aquilo que você construiu do que aquilo para que você foi criado: a adoração.
Aqueles que amam ao Senhor anseiam sua vinda, aqueles que anseiam sua vinda, trabalham por isso, cientes de que Ele só voltará quando todos souberem a seu respeito (Mateus 24:14).
