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Casamento aos vinte e poucos anos


Aqueles que me conhecem a mais tempo sabem que apesar de jovem (23) já sou pai de duas meninas e casado a 3 anos. Sim, me casei com 20 anos e resolvi escrever esse texto para aqueles que assim como eu pretendem iniciar cedo a vida a dois. Antes de mais nada é preciso ressaltar que na minha (humilde) opinião, estamos vivendo uma grande ebulição de casamentos de jovens de 20 e poucos anos. É certo que no passado os casamentos aconteciam até mais cedo que isso, mas são fenômenos diferentes do atual.


Num passado distante os casamentos realizados ainda em tempos monárquicos eram arranjados pelos pais e quase que forçados aos filhos, o que não necessariamente quer dizer que eram casamentos mal sucedidos, acredito até que muito do sucesso dessas uniões tem a ver com a submissão aos pais e a escolha deles, parecem que os casais se esforçavam mais para permanecer juntos por essa causa.


Já em um passado recente, muitos casamentos juvenis aconteciam pelo fato de uma gravidez indesejada. Não é raro ouvirmos histórias de pais/tios/avós que engravidaram aos 17 anos e se casaram, isso tem a ver com um pensamento de sociedade conservadora, que vê uma menina grávida sem uma aliança, quase que como um meretriz. Era mais fácil encarar as dificuldades do casamento àquela idade do que o preconceito da sociedade.


Pelo que me lembro do século XX, casar-se antes dos 30 parecia precipitado demais. Hoje, chegar aos 30 sem essa pretensão me parece atrasado demais.

É claro que não existe um padrão de idade certa pra casar, isso varia de acordo com o relacionamento e a personalidade de ambos. Acredito que um compromisso como o casamento entre os 20 e poucos anos tem diversos ângulos de analise, tanto positiva como negativa.


Ok, depois dessa introdução, quero discorrer a cerca de alguns aspectos mais comuns nessa tomada de decisão, claro que bem rasamente, já que isso é um artigo pra internet e não um livro. Isso daria uma boa série para o blog, mas sei que já existe outros autores cristãos mais conceituados que tratam desse assunto com mais propriedade, por tanto quero apenas devanear sobre esse complexo tema.


SEM PRESSA!

Acredito que parte da culpa dos casamentos mal sucedidos dos tempos atuais é da igreja contemporânea, porém conservadora. Visto que escrevo pra leitores de princípios cristão em sua maioria, o sexo antes do casamento torna-se um dos principais objetivos de um casamento antecipado, o medo da fornicação, misturado com o medo de separação do parceiro, leva a um resultado comum: “Vamos nos casar pra não fazer besteira”.


Tenho uma experiência pessoal sobre esse assunto, pois me casei com minha namorada já grávida, mesmo não sendo esse o pivô da decisão. Porém não quero fazer desse artigo uma autobiografia e sim um ensaio sobre o que tenho ouvido na minha caminhada de líder de jovens.


Casar-se para evitar transar antes do casamento é trágico, do mesmo jeito que casar-se por conta de uma gravidez é cobrir um erro com outro. Apesar das recomendações paulinas sobre o fato de não aguentar ficar sozinho (1 Cor 7:2), creio que vale lembrar que casamento tem a ver com o fato de amar o parceiro ao ponto de construir uma história de vida ao seu lado. O tesão que hoje o motiva, amanhã pode ser o motivo do divórcio quando o relacionamento não é bem construído.


Os homens da minha geração tem sérios problemas de maturidade, parece que o Playstation fez alguns caras pararem no tempo, além disso a maldita pornografia – que hoje nem é preciso ir buscar pra achar – causou sérias complicações nas emoções desses mesmos caras e isso só estoura no matrimônio.


As meninas por sua vez, amam mais o casamento em si, do que o futuro marido, nem sempre se casam porque amam demais, mas porque o casamento tornou-se um objeto de vida, construído por filmes, series, novelas e mídia, com a raridade de bons pretendentes, achar um cara mais ou menos é tudo que ela precisa pra se realizar.


Avaliando os dois casos acima é fácil identificar o motivo do crescimento responsivo de divórcio na sociedade atual: o egoísmo.

Quem casa para ser feliz, esquece que o outro também casou para isso, portanto seu objetivo é achar alguém bom o suficiente para realiza-lo ou realiza-la. Seja uma mulher cuidadora, bonita e sexy para sua satisfação ou um homem inteligente, romântico e estável financeiramente para satisfaze-la. Agora imagine você se ao invés de buscarmos alguém que nos faça feliz, fossemos atrás de alguém a quem pudéssemos fazer feliz. Creio que o quadro seria diferente.


SEM GRANA!

Outra questão que não se pode ignorar é que casais jovens nem sempre tem estabilidade necessária para sustentar uma casa. Esse medo assombra muito mais as mulheres, apesar da responsabilidade ser dos homens. Em uma sociedade de consumo, as mulheres são muito cobradas a cerca de suas escolhas como parceiros e torna-se muito vergonhoso o fracasso econômico.


No universo masculino essa cobrança é bem diferente, dificilmente você vai ver um homem recomendando um amigo a não casar-se com alguma mulher, porque ela não tem estabilidade financeira, talvez seja por isso que apesar dessa reponsabilidade ser dele, ela é quem se preocupa mais. Em geral a maior cobrança feita ao homem por suas escolhas é a cerca do zelo da pretendida como dona de casa e sua submissão como esposa. É por isso que se você falar mais firme com seu namorado na frente dos amigos dele, a vontade que ele tem é de enfiar a mão (ou pé) na sua cara.


Ah, se você é homem e me lê nesse momento, entenda que submissão não é o mesmo que subordinação, esse conceito é patético e tem construído diversos machistas, principalmente dentro das igrejas. Lembre-se que a mulher veio da costela do homem, mas o homem do ventre da mulher. Fomos criados como parceiros e não rivais.


Todos esses cuidados são de necessária reflexão, sem pressa e pensando racionalmente, se você entende que encontrou a pessoa com quem quer dividir sua cama e as contas que não pode pagar, enfrente o medo e dê um passo em direção à sua futura família. A opinião dos pais é sempre importante, porém quem vai se casar é você, chegou a hora de ser adulto e tomar uma decisão bem pensada e muito orada.


Encorajo você, que apesar de novo, deseja se unir a pessoa que ama pro resto da vida, entre nessa empreitada ciente de todos os riscos e disposto a exercer o perdão todos os dias. Não crie expectativas demasiadas: nem sempre ela vai querer sexo, nem sempre ele terá dinheiro, nem sempre ela será boa cozinheira, nem sempre ele saberá trocar o chuveiro. Mas tenham um no outro o principal motivo de seguir com essa decisão. O amor vale a pena e a benção do Senhor sobre o indivíduo, nem se compara a grandeza da benção sobre a família!


“Mas o amor leal do Senhor, seu amor eterno, está com os que o temem e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.” - Salmo 103:17-18




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